Durou apenas 10 dias o conselho de ética formado pela Google para avaliar as melhores práticas no desenvolvimento e utilização da inteligência artificial.
Anunciada na última semana, a equipe foi desfeita após polêmicas relacionadas às relações dela com setores militares e, também, aos protestos relacionados à presença de Kay Coles James, empreendedor ligado ao governo de Donald Trump e também a causas transfóbicas, antiaborto e contra os direitos LGBT+.
A iniciativa foi criada na última semana como uma forma de criar um conjunto de normas, mesmo que informais, para pesquisas e desenvolvimento de inteligência artificial em áreas como reconhecimento facial, vigilância, análise de dados e outros assuntos relacionados.
O conselho serviria para dar recomendações à própria Google e também a outras companhias do setor sobre as melhores maneiras de tratar situações relacionadas a questões raciais, privacidade, direitos humanos e garantias legais.
Na última segunda-feira (01), funcionários da própria Google divulgaram um abaixo-assinado e uma carta aberta pedindo a saída de James do conselho.
Para eles, um grupo que se diz em prol da ética e de valores não pode ter um integrante notoriamente contrário a causas desse tipo. A manifestação contou com o apoio de mais de dois mil colaboradores da companhia, além de partidários dos direitos humanos, acadêmicos e pesquisadores do campo da inteligência artificial.
Ao confirmar a dissolução do grupo, a Google afirmou que ficou claro, muito rapidamente, que a iniciativa não funcionaria como era esperado, tanto pela própria empresa quanto por setores da sociedade. Por isso, para a gigante, é hora de “voltar à prancheta” e pensar em um novo caminho a seguir, o que indica que a ideia não foi deixada de lado.