O conceito de “computação neuromórfica” consiste, basicamente, em criar, por meio da engenharia eletrônica, um sistema computacional capaz de simular, em peças analógicas, as interações neurológicas e arquiteturas biológicas presentes no sistema nervoso humano.
Empresas como IBM e HP e universidades como Stanford possuem estudos e pesquisas no campo, mas a Intel se colocou à frente de todos esses nomes ao apresentar o Pohoiki Beach, um supercomputador de 64 chips que é capaz de simular a atividade de até 8 milhões de neurônios.

Durante um comitê promovido pela Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa (DARPA, na sigla em inglês) dos EUA, a Intel mostrou o material, constituído de 64 chips Loihi de 128 núcleos, com litografia de 14 nanômetros.
Seus circuitos integrados (die) atingem o tamanho de 60 milímetros e eles contêm mais de dois bilhões de transistores, 130 mil neurônios artificiais e 130 milhões de sinapses, além de três núcleos Lakemont de gerenciamento de tarefas.
Os chips Loihi trazem um motor de aprendizado de microcódigos programáveis para redes neurais não sincronizadas (SNNs) — um modelo de inteligência artificial que incorpora o tempo como modelo de operações, de forma que os componentes físicos não tenham de processar dados de forma simultânea.
A ideia é que isso seja usado para a implementação de uma computação de alta eficiência, autoajustável, direcionada por eventos e instâncias específicas.
Segundo a Intel, o supercomputador é capaz de trabalhar com informações até mil vezes mais rápido e com 100 mil vezes mais eficácia do que os processadores atuais, além de utilizar apenas 30% mais capacidade processual quando ampliadas as suas capacidades em 50% (o padrão, segundo a empresa, é 500% para outras companhias).
Mais além, a Intel também assegura que o consumo de energia do Pohoki Beach é até 100 vezes menor do que outras variações do ramo.