Hoje, a classificação indicativa de um filme é responsabilidade do Ministério da Justiça aqui no Brasil. Cada país tem sua organização que trata de classificar para qual idade determinado conteúdo pode ser consumido.
No entanto, e se houvesse uma forma mais precisa de determinar a provável classificação de um filme ainda no estágio do roteiro, antes mesmo de passar pelo processo de produção?
Uma equipe de pesquisa do Laboratório de Análise e Interpretação de Sinais (SAIL) da Escola de Engenharia Viterbi da Universidade da Califórnia, nos EUA, está usando o aprendizado de máquina para analisar a representação da violência na linguagem dos scripts e roteiros de produções cinematográficas.
O resultado é uma nova ferramenta para auxiliar produtores, roteiristas e estúdios a determinar a classificação indicativa potencial de seus projetos.
A ferramenta de inteligência artificial foi desenvolvida usando um conjunto de dados de 732 scripts de filmes populares que foram considerados como violentos.
A partir dessas informações, a equipe construiu um modelo de aprendizado de máquina de rede neural onde os algoritmos se cruzam, trabalham juntos e aprendem com dados de entrada (ou seja, o texto dos scripts), para criar uma saída (ou seja, classificações de violência para o filme).
O algoritmo analisou a linguagem no diálogo dos roteiros e descobriu que a semântica e o sentimento da linguagem utilizada eram um forte indicador do conteúdo violento avaliado nos filmes completos.
Segundo a equipe, um eventual uso dessa ferramenta seria uma integração ao software de edição do roteiro. Esta ferramenta permitiria a análise de conteúdo em termos da natureza da linguagem violenta usada por um personagem.
Assim, a equipe de produção e roteiristas de uma produção poderiam antecipar a classificação indicativa de seus projetos e evitar surpresas por classificações muito altas. Vale lembrar que filmes para adultos, por exemplo, naturalmente possuem um faturamento mais baixo do que filmes com classificações mais baixas.